O retorno de Saturno à casa de Vênus;

Acordei, entre olhos meio abertos, não te vi na cama. Esqueci que já não estávamos mais presos nequela casa perversa. Mas apesar de todo o medo que senti, toda dor provocada, toda a insanidade que ainda existe na minha cabeça, graças aquele lugar, eu sinto sua falta.

Pelo tempo que ficamos ali parados, vc percebeu o quanto os domingos me irritavam, e tambem percebeu que eu não odiava o domingo de propósito, mas percebeu que eu só o odiava, por ele me lembrar o vázio q minha vida se tornava quando eu parava tranquila em um lugar.

Você sempre sorria quando parecia que eu não iria mais aguentar, e dizia que quando saisemos daquele inferno, ainda poderias ir jogar paciencia na praça, bem ao lado dos velinhos que passam as tardes ali, e os meus domingos não seriam mais vazios. você sempre falava como sentia falta de sua namorada, e nas noites frias, quando nos deixavam dormir, vc chamava por ela durante o sono. Eu colocava a mão no seu peito, e vc acordava assustado, tentando entender o que estava acontecendo. Mas não mostrava a decepcão de me ver, ao inves da sua namorada, mesmo sem querer, me fazia sentir calma. Então vc me abraça e eu me reconfortava em seu peito, rezando par nunca mais acordar e ficar ali contigo pra sempre.

Quando finamente conseguimos sair, vc sorriu, me abraçou e disse que enfim estavamos livres, sorri por cinco minutos, mas e depois percebi que entre nós nunca teria um depois.

Senti seu abraço reconfortante pela ultima vez e voltei a vida normal. Hoje eu odeio os domingos mais que tudo, e desejo que você volte aos meus sonhos. Não sei o quanto, mas te quero pra mim.